Resenha chato o rei do brasil
Livro: Chatô O Rei do Brasil
Autor: Fernando Morais
Editora: Cia das Letras
A Pedidos
Aquele que acusava a todos de ter o rei na barriga, talvez fosse o que mais o tivesse. Por um bom tempo Assis Chateaubriand foi o rei de um grande império de comunicação no Brasil. Com a ajuda de pessoas influêntes que conheceu ao longo dos anos, uma grande habilidade de vender e impor suas idéias, Chatô, como era conhecido, conseguiu ir de um franzino menino gago e feio, com problemas de timidez e analfabeto, ao mais poderoso formador de opinião, ainda assim, franzino e feio.
Nascido em Umbuzeiro, tinha o sangue quente típico dos paraibanos. Tornou-se extremamente egocêntrico, talvez de tanto ouvir sua própria voz nos treinamentos nos quais conversava consigo mesmo afim de livrar-se da gagueira. E livrou-se. Aos dez anos, ainda analfabeto, começou a se interessar pela leitura de velhos jornais. Em pouco tempo já lia e escrevia.
Todos os sonhos e ambições que Chatô tinha, com esforço e utilizando-se de meios escusos, conseguia conquistar. Quis trabalhar em um jornal, conseguiu. Quis escrever sua opinião, escreveu. Quase sem experiência de repórter, conseguiu as mais difíceis entrevistas em sua primeira viagem à Europa. Seu método: A cara de pau, bons argumentos, às vezes chatagem emocional e jogos psicológicos. Um talento nato, que seria usado tanto para o bem, quanto para o mal, mas sempre para o seu próprio bem.
Dono de uma forte e poderosa opinião, conseguiu fazê-la ser ouvida com artigos venesos. Porém, quando divergia da opinião dos donos dos jornais, era automáticamente podado, e como a teimosia e birra foram algo que adquiria conforme crescia, acabava demitido ou demitindo-se. Chatô percebeu que se quisesse ter opinião, precisaria comprar um jornal, frase que ele utilizaria ao longo de sua vida aos futuros “Chatobriands” que tentassem o mesmo em algum de seus veículos.
Ao ler o livro de Fernando Morais é possível se pegar concordando,