Resenha Chartier
Resenha CHARTIER, R. O mundo como representação.
Em O mundo como representação (1989), Roger Chartier discursa sobre a historiografia que estava atravessando uma fase de incertezas, dado ao número de alianças feitas com outros campos das ciências sociais, mas o estado de indecisão seria também uma multiplicação dos campos de pesquisa. Assim o campo das ciências sociais trouxe para a pesquisa histórica, diferentes objetos de estudo, antes mantidos como estranhos a uma história tradicional de pesquisas econômicas e sociais.
O autor fala sobre os dois ramos históricos que surgem em resposta à nova história e defende que as mutações no campo histórico não foram definidas por uma crise das ciências sociais - inclusive, questiona se pode mesmo chamar de “crise” - e nem por uma mudança de paradigma, mas que estão diretamente ligadas aos princípios que vinham governando o procedimento do historiador há mais de vinte anos e ao distanciamento dos mesmos.
Para defender a não existência da crise das ciencias sociais, argumenta sobre a interdisciplinaridade e a utilização dos mesmos métodos entre as disciplinas. A emergência de novos objetos de estudo no campo historiográfico fez com que parte dos historiadores aceitasse esses novos territórios de pesquisa, anexados de outros campos como etnografia, antropologia, geografia e sociologia. Eventualmente fazendo com que os métodos utilizados por essas outras também se aplicassem à pesquisa histórica. O objetivo mais urgente é por tanto, separar o mais claramente possível a disciplina histórica das outras ciências sociais.
Diz que não se pode compreender um texto apenas lendo-o, mas que deve se conhecer também quem o escreveu. Saber sobre o autor e sobre sua vida e seu contexto cultural. E ao trazer esse debate para a pesquisa histórica, questiona sobre a veracidade de um objeto pesquisado.
O texto é em si um conjunto de metodologias de pesquisa que ajudam o historiador a pesquisar não somente