Resenha Celso Furtado
Paraibano, nascido em Pombal (26/07/1920), Celso Monteiro Furtado pode ser caracterizado com um dos mais importantes economistas da história brasileira, tendo como principal contribuição o estudo do estruturalismo. Seus ideais sobre o desenvolvimento e o subdesenvolvimento estimularam a admissão de políticas intervencionistas sobre o funcionamento da economia.
Dentro do estruturalismo, podemos citar três grandes contribuições. Primeiramente, Celso afirma que os momentos de progresso e regresso da economia brasileira nos séculos passados (como os ciclos da mineração e do café), contribuíram para a formação de duplicidades tanto econômicas, quanto sociais, assim como a baixa diversidade da mesma. Em segundo lugar, ele promove um debate sobre a dificuldade dos setores urbanos modernos para absorver a massiva força de trabalho proveniente do setor rural. A terceira grande contribuição consistiu no aprofundamento da análise das relações entre crescimento e distribuição da renda, concluindo que a tecnologia empregada na América Latina é inadequada para absorver a oferta abundante de mão-de-obra e elevar salários de forma sistemática.
Celso sempre mostrou-se incrédulo quanto a geração de crescimento e a redistribuição de renda na América Latina, por causa da ausência de estratégias de crescimento conduzidas pelo Estado. Desde o inicio dos anos 1980, referiu-se em diferentes ocasiões que a situação era o resultado de reformas inadequadas. Defendia a importância do papel do Estado na coordenação das estratégias econômicas e que as discrepâncias entre “urbano-rural” devem-se as errôneas condições de crescimento da periferia.
Após os fatos apresentados, podemos concluir que o estudo e a análise da obra de Furtado são essenciais para entendermos a economia da América Latina nos dias de hoje e as tendências para os próximos anos, pois suas abordagens e ideias são indubitavelmente atuais.