Resenha celso antunes
A participação em competições esportivas e programas de atividade física tem adquirido importância crescente na vida da maior parte das crianças e adolescentes. Nos últimos 20 anos o número de mulheres atletas, em particular, tem aumentado consideravelmente. A participação feminina cresceu cerca de 600% abrangendo um total de mais de 1,9 milhões de mulheres atletas. Uma consequência inevitável e talvez lamentável desse fenômeno tem sido a ênfase dada às competições e a pressão por parte dos treinadores, patrocinadores e familiares na busca de melhores resultados, acarretando stress físico e mental. Este artigo revisa os efeitos fisiológicos do treinamento físico no sistema endócrino feminino e fornece informações clínicas acerca dos distúrbios endócrinos específicos da mulher atleta.
Tríade da Mulher Atleta
Em 1993, o Colégio Americano de Medicina Esportiva publicou a conferência de consenso onde o termo "Tríade da Mulher Atleta" (TMA) foi oficializado para descrever a síndrome que engloba: desordem alimentar, amenorreia e osteoporose na mulher atleta (29).
Ao longo dos anos, a disfunção menstrual tem sido comumente associada com o alto nível de atividade física no qual atletas competitivas estão engajadas. Por muito tempo esse fato não despertou nenhuma preocupação, pois se acreditava que, ao diminuir a intensidade do treinamento, a ciclicidade menstrual retornava sem detrimento aparente para a atleta.
Jovens bailarinas com menarca retardada constituem grupo de risco para escoliose e fraturas. A escoliose idiopática da adolescente ocorre em aproximadamente 1,8% da população geral, 3,9% em meninas brancas e 24% nas bailarinas (35). Cerca de 85% da massa óssea é adquirida na adolescência.
Amenorreia
A amenorreia secundária comumente ocorre associada a perda de peso e ao treinamento físico intenso. Estima-se a prevalência de amenorreia em 30 a 50% nas bailarinas profissionais, 50% em corredoras competitivas, 25% em