Resenha carta do chefe seattle
A Carta do Chefe Seattle, associa de forma simples em pouco mais de duas páginas. O texto evoca uma riqueza de compreensão do habitat humano e ganha seu valor em virtude de derivar de um indígena, norteado por uma visão cosmológica adversa daquela do destinatário da carta: o presidente dos EUA, Franklin Pierce, quando este, em 1854, propôs comprar as terras de sua tribo, concedendo-lhe uma outra “reserva”.
A carta desnuda uma evidência que salta aos olhos do leitor: a compreensão da finalidade da terra e o seu significado para os humanos da parte dos envolvidos no assunto: o presidente americano e um chefe de uma tribo indígena. O primeiro ávido de uma visão mercantilista da natureza, o outro com uma compreensão de intimidade existencial da mesma.
De início vale salientar a atualidade da temática, sobretudo quando se debate nas várias esferas de poder do mundo a urgente necessidade de uma racionalização no trato com os recursos naturais que já dão mostras de enfraquecimento e precariedade.
O texto é importante na sua relevância por abordar duas cosmovisões que nos ajuda a discernir e refletir sobre a importância dos novos paradigmas que emergem como suplicas urgentes no enfrentamento da questão ambiental.
O pensamento do presidente americano em 1854, entendido pelo Chefe Seattle na sua carta, nos permite uma chave de leitura da gênese de um conjunto de idéias que enxergam a terra (o planeta) não como legado à pessoa humana, mas como uma demanda de comercio e aproveitamento. Terra é sinônimo de moeda, de riqueza advinda da efetiva transformação do trabalho. Naquele postulado do “Grande Chefe” já era possível vislumbrar o pensamento de uma nova ordem econômica decorrente do estouro da era industrial inglesa que já fazia eco na ex colônia.
“Somos parte da Terra