Resenha Capitulo 8 Ao 14 Celso Furtado
O açúcar era uma mercadoria produzida em larga escala. Por este motivo, os engenhos açucareiros exigiam grande quantidade de mão de obra. Para se conseguir o número de trabalhadores suficientes tentou-se utilizar a mão de obra indígena e, em seguida, mão de obra escrava. Na realidade, esta evidenciou ser, desde o primeiro momento, o melhor caminho para a sobrevivência do colono europeu na nova terra. O trabalho escravo se tornou necessário porque o tipo de imigração realizada pelos europeus, não permitia a criação de uma comunidade baseada no auto consumo.
A etapa inicial da colonização foi assim marcada com a captura dos escravos indígenas. A mão de obra africana para o Brasil só veio a estabelecerem-se quando a rentabilidade da indústria açucareira já estava afirmada.
Ao final do século XVI, segundo Celso Furtado, existiam cerca de 120 engenhos, um valor médio de 15 mil libras esterlinas por engenho, o total dos capitais aplicados na etapa produtiva da indústria resulta aproximar-se de 1,8 milhão de libras. Nesta época, estimava-se em cerca de 20 mil o número de escravos africanos que havia na colônia.
Supondo que 15.000 da mão de obra escrava trabalhavam diretamente na indústria do açúcar e se lhes atribui um valor médio de 25 libras, então a inversão nessa mão-de-obra era da ordem de 375 mil libras. Comparando esse dado com o anterior, depreende-se que o capital empregado na mão-de-obra escrava deveria aproximar-se de 20%, do capital fixo da empresa. Parte substancial desse capital estava constituída por equipamentos importados.
O fluxo de renda se estabelecia entre a unidade produtiva e o exterior, claro que todos os fatores pertenciam a um único empresário, e este, deveria saber reduzir o custo de produção e aumentar sua renda real. O fluxo de renda dentro do setor açucareiro acabou influenciando muita gente que o comparou ao sistema feudal. Uma vez que o sistema feudal é de base interna, enquanto que a unidade