Resenha: capitalyst sorcery, breaking the spell

Resenha: Capitalist Sorcery Breaking The Spell

Segundo os autores, o livro foi inspirado pelos protestos contra a reunião da Organização Mundial do Comércio em Seattle em 1999, nos quais se juntaram diversos grupos e indivíduos com interesses, visões de mundo e objetivos distintos. O legado desta manifestação teria sido a ideia de que outro mundo é possível, de certa forma, o objetivo deste livro possa ser definido como a ideia de que outra crítica e outra forma de luta anticapitalista são possíveis. Eles afirmam que sua empreitada neste livro não seria a de produzir teorias ou de profetizar as mudanças vindouras, mas a de atuar como sondas de profundidade, avisando aos marinheiros os perigos que os esperam no caminho. Considerando que o livro aborda o capitalismo e as formas lutas de anticapitalista seria impossível que os autores não lidassem com o pensamento de Marx e do marxismo. Ao passo que eles propõem uma aliança com Marx e os marxistas, eles veem certo perigo nessa tradição. A teoria marxista apresentaria a possibilidade de se transformar na conquista de uma posição finalmente “racional”, de forma que aqueles que a produziram teriam sido capazes de enxergar através da ilusão que aprisiona os outros. Tal perigo segundo os autores estaria presente também no discurso científico quando as controvérsias são formuladas enquanto uma batalha entre a racionalidade daqueles que sabem com a crença daqueles que não entendem. A herança de Marx que é aceita com mais “gratidão” pelos autores é a de certa desconfiança para com o jogo das equivalências monetárias Haveria uma falha nos grandes esquemas explicativos que denunciam o patriarcado, capitalismo, sociedade, tecnociência, e embora inspirem e tenham inspirado práticas de luta e resistência significativas, podem assumir as características de “verdades” que explicam e transcendem os conflitos. Colocar as lutas anticapitalistas nos termos da denúncia do sistema correria o risco de tornar as lutas políticas