Resenha - Cap 2 (O que é Ciência afinal?)
O segundo capítulo aborda os problemas relacionados à ciência vista do ponto de vista indutivista. O autor pontua, primeiramente, o fato do princípio da Indução não ter justificativa aparente. Ele oferece duas alternativas para se justificar este princípio: através da lógica ou da experiência. A primeira alternativa não se mostra satisfatória, pois a lógica está atrelada à dedução, que segue um princípio diferente da indução. Portanto, não poderia justificar-se a indução baseando-se na dedução. Vamos à segunda alternativa: a experiência. Esta também não se mostrou viável, tendo em vista que a experiência tida como justificativa é feita através de Indução, princípio que precisa ser justificado, desde o início. A partir daí, tem-se o que chama-se Explicação circular, já que para justificar o indutivismo, toma-se a própria indução como explicação, voltando ao início: a busca por uma justificativa.
Outra problemática seria a capacidade do indutivista de mensurar a quantidade e variações necessárias de um ensaio para reconhecer legitimamente uma afirmação singular como universal. Quantas vezes seria necessário repetir o procedimento com o mesmo tipo de amostra? Ou com quantas amostras de mesma natureza seria correto refazer o procedimento? Com relação às variações, em quais condições seria necessário reproduzir o procedimento? Esses são questionamentos difíceis de serem mensurados pelo observador. Uma boa sugestão para tentar chegar à uma conclusão é fazer a separação entre variações supérfluas e variações necessárias. Para fazer isso, o observador teria que utilizar como base conhecimento já adquirido, confrontando um dos principais conceitos, já que teria que admitir que a teoria vem antes da observação. Ou seja, para não contrariar os princípios do indutivismo, o observador se torna incapaz de separar variações supérfluas de variações necessárias.
Não obtendo sucesso em justificar o princípio do Indutivismo, o indutivista,