Resenha Cap 1 Regional Global
Geografia Contemporânea, de Rogério Haesbaert. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2010.
Rogério Haesbaert aborda a região não a partir da ótica desta ou daquela corrente geográfica, mas sim do ângulo da problematização do ato de recortar o espaço e produzir conhecimento. Ele também atualiza o debate regional à luz dos impactos resultantes da globalização, fenômeno histórico-geográfico que vem alterando nossa vida cotidiana.
O livro, Regional-Global — de título emblemático da a tentativa de explorar a região como algo em movimento e que está sempre em contato com outras escalas — procura distanciar-se de simplificações, de explicações unilaterais. O autor defende uma concepção integradora da região visando articular tanto a materialidade do espaço e da vida social quanto suas representações, tanto a dimensão política e econômica da configuração regional quanto seus aspectos culturais.
O que marca a trajetória do conceito de região é a polissemia, a começar pelo seu uso em vários domínios: no senso comum, na administração pública e no campo das ciências. No senso comum relaciona região com a localização e a extensão de certo fato ou fenômeno, sem critérios definidos, precisão ou escala espacial. Já a noção de unidade administrativa está relacionada com a divisão regional na qual o poder público exerce hierarquia, controle e instrumento de ação. E no campo das ciências está associada a uma área sob certo domínio caracterizado por uma regularidade de propriedades que a definem.
A preocupação em regionalizar o espaço sempre esteve ajoujada aos órgãos do Estado, ou seja, a constante serviço do aparelho estatal, principalmente aos órgãos de planejamento. No bojo dessa reflexão encontra-se inserida a Geografia Regional lablachiana que, por sua vez, possibilitou uma rica reflexão em âmbito acadêmico ao longo do século XX, mas, sobretudo, serviu como um instrumento de avaliação da