Resenha calligaris
Calligares expõe muitos traços psíquicos do psicoterapeuta, um desses que muito interessante é a existência sofrimento psíquico por dois motivos: Primeiro por ter que trabalhar seus próprios conteúdos em análise, e por muitas vezes o psicoterapeuta duvidar da eficácia de seu trabalho já que se deparará com pacientes que não melhoram, agarrados a seus sintomas. Assim sendo, o autor afirma que nesses momentos o psicoterapeura terá que crer que sua prática é eficaz pelo menos para curar ele mesmo.
Considero bastante pertinente o trecho do livro quando Calligaris ao envolver os conceitos da psicanálise nega a possibilidade de um terapeuta pedófilo, justificando que a fantasia do pedófilo é propor ou impor seus desejos a um sujeito. E, levando em conta que o paciente sempre supõe que seu terapeuta saiba muito mais do que ele, certamente será uma tentação para o terapeuta se servir dessa concepção do paciente para realizar sua própria fantasia sexual, ou seja, se ele, propriamente, encontrar seu gozo na suposta supremacia de seu saber e dessa maneira a terapia se transformará em uma dependência, o que é inviável.
Ao se referir a sua própria experiência no que se refere ao primeiro paciente, Calligaris deixa-nos alguns apontamentos que acabam por nos acalmar, como futuros terapeutas: A escolha de um terapeuta é influenciada por razões um tanto quanto mais complexas e reveladoras do que o próprio paciente imagina. Nem sempre os pacientes preferem terapeutas experientes, pois são