Resenha Avalia O Primeiro Emprego
Resenha do artigo: A Improvisação da Concepção de Programas Sociais, muitas convicções, poucas constatações o caso do primeiro emprego
Autora: Felícia Reicher Madeira
O artigo utiliza como exemplo o Programa Jovem Cidadão: Meu Primeiro Trabalho
(PJC) para abordar constantes deficiências na avaliação e monitoramento de programas sociais, que justificam a falta de sucesso dos mesmos.
O PJC foi um programa criado pelo governo do Estado de São Paulo, para geração de emprego aos jovens que estão concluindo o Ensino Médio. O emprego incentivado se dava por um estágio de 6 meses, em que o governo dividia com o empregador o pagamento da bolsa e retirava as cargas tributárias trabalhistas.
A princípio é muito importante entendermos o contexto que o programa foi desenvolvido. Era final dos anos 90 e início do segundo mandato do governador Mário
Covas e havia uma recorrência de casos de violência envolvendo alunos, inclusive dentro das escolas. Tais acontecimentos tiveram grande repercussão na mídia, o que causou imensa indignação da sociedade e um sentimento muito grande de insegurança. Como a maioria dos jovens e crianças frequentavam as escolas públicas e a maioria dos atos envolviam jovens do ensino médio noturno, houve uma grande cobrança sobre o governo para que alguma ação fosse tomada. É importante ressaltar neste momento, porque deixa explícito um dos principais mecanismos pelos quais as políticas sociais acabam sendo desfocadas do público alvo: a pressão da mídia (um grupo muito mais organizado) chega com muito mais facilidade aos ouvidos dos governantes e estruturas estatais, muitas vezes desfigurando uma realidade e o foco de uma ação.
Uma das ações colocadas em prática pelo governo contra esta pressão foi o PJC, onde os formuladores acreditavam que diminuiriam as diferenças sociais e violência com o acesso ao primeiro emprego e criariam expectativas positivas para os jovens afastando-os da marginalidade.