Resenha - As filosofias da História
As ideias das filosofias da História literalmente se fizeram presente no séc. XVIII, na época das luzes e no séc. XIX, onde houve a criação de um modo de pensar que dá sentido a História, onde a História encontra uma função, um fio condutor, um final que já fora escrito desde a concepção do primeiro homem. No séc. XX os historiadores da escola metódica, depois dos Annales criticaram duramente o processo das filosofias da história e, globalmente, venceram. Contudo, existem ainda as filosofias da História, que são as interpretações cíclicas do destino das civilizações.
Kant faz do seu pensamento teleológico uma mistura da tradição cristã e da reflexão ética própria da época das luzes. Sua hipótese em A ideia de uma História Universal sob um ponto de vista cosmopolítico é de que no curso dos absurdos dos assuntos humanos existe uma finalidade, um “plano da natureza” não concebido por nenhuma forma inteligente. Tal plano seria realizado através do homem que aprimora a sua razão com o passar das gerações, Kant fala de homem como espécie e não indivíduo e a natureza precisa de uma linhagem interminável de gerações para atingir estes fins. Nem mesmo a morte ou as guerras são preocupantes, a morte serve para conscientizar os homens do seu fim e fazê-los emergir da torpes, as guerras são essenciais para estabelecerem novas relações entre estados e uma “comunidade civil universal” acabará por fim surgindo.
Hegel acredita na força da razão, mas sem se desligar da sua fé protestante. Sua obra é uma tentativa de construir um sistema no qual todo universo possa ser pensado. Assim como Kant, para Hegel o mundo não é entregue ao acaso, existe um fio condutor da história, um objetivo final do mundo. A realização perfeita do fim do universo se opera pelo andamento do espírito, a evolução deste vai no sentido a um progresso “Seu movimento é uma marcha, não uma auto-repetição” afirmou em La Raison