Resenha artigo
Antes de adentrar nos trabalhos e pesquisa, a autora faz algumas ressalvas. Primeiramente, ela destaca as expectativas criadas no núcleo escolar e a busca de classificações para alunos e situações, visando “descobrir” o motivo para tais questões. E levanta ainda uma problemática de que ao fazer/buscar essas explicações geralmente terminar por atribuí-las a aspectos individuais do sujeito. E afinal de quem é a culpa? No decorrer desta síntese referencial serão postas algumas indagações acerca dessa temática, as quais (se possível) serão respondidas.
Esse diagnóstico fundamentado nos anseios de determinados profissionais acaba por culpabilizar uns e desresponsabilizar outros. O fato de uma criança/aluno possuir demandas que precisam ser analisadas. Não significa dizer que esta possua problemas, ou mais, que seja um problema. Como a autora afirma, crianças eram encaminhadas como “criança-problema”. Ainda é necessário levantar o debate contra os termos pejorativos que categorizam e em algumas situações patologizam. É imprescindível analisar todas as contigências, e como se trata de uma rede de ensino, está ligada a um sistema que a mantêm, como a própria autora denuncia, práticas que isentam o sistema político social da responsabilidade. E isso vai se enraizando de tal forma que em alguns momentos não é possível associar pontos individuais (alunos), com coletivas (o próprio sistema) desta forma faz-se necessário repensar sobre as práticas, buscar novas alternativas. Pois muitas vezes, há discursos que defendem a autonomia, a igualdade, mas apresentam contradições em sua prática que acabam por produzir desigualdade. Pois existem categorias formuladas para as pessoas e comportamentos que denotam essa ambigüidade.