ARGAN, Giulio Carlo. A arte como expressão. In: ___. Arte Moderna: Do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. 2ª Edição. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 227-262 Nesse trecho o autor fala do movimento expressionista, dos seus seguidores e suas obras, e também ele faz uma comparação com o impressionismo, mostrando algumas semelhanças e divergências. O autor destaca as distinções entre o impressionismo e o expressionismo apontando que o primeiro alega seu realismo no plano do conhecimento, da tradução visual da pintura em sua essência ótica, e o segundo se dedica a uma ação pictórica volitiva de individualidades críticas e sua utopia do progresso universal. Segundo Giulo Carlo Argan, o expressionismo teve centros distintos como o movimento francês dos Fauves e o alemão Die Brücke (ambos influenciados por dois dos maiores pensadores da época Bergson e Nietzsche), e que se manifesta no final do século XIX com Toulouse- Lautrec, Gauguin, Munch, Van Gogh e Ensor. Os fauves não teriam existido se não fosse a ânsia religiosa protestante de Van Gogh e o fatalismo, a ideia de da predestinação, a angústia kierkegaardiana de Munch, já o grupo alemão não surgiria se não tivessem elaborado uma teoria na qual o impressionismo se enquadrava pelo que realmente era: não um naturalismo banal, mas uma rigorosa pesquisa sobre valor da experiência visual como momento primeiro e essencial da relação entre sujeito e objeto. As afinidades e as divergências entre o movimento francês dos Fauves e o alemão Die Brücke surgem na comparação dos quadros de Derain, Mulher de combinação, e Marcella, de Kirchner. As duas figuras sentadas estão inclinadas para frente; os corpos mal são mostrados, para dar destaque á cabeça e ao primeiro plano. No primeiro o pintor quer carregar a sensação visual com uma forte emotividade psicológica: o dado sensorial deve se traduzir em estimulo sensual, recorrendo à intensa violência de Van Gogh e à penetrante descritividade de Toulouse-