Resenha aquisição de linguagem
Scarpa, E.M. Aquisição da Linguagem. In: Mussalim, F.; Bentes, A.C. Introdução à linguística: domínios e fronteiras (orgs). 5 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
O estudo da Aquisição da Linguagem, devido aos seus questionamentos, é uma área híbrida, heterogênea ou multidisciplinar, abrangendo teorias linguísticas e psicológicas. O entrelaçamento de ambas as áreas nos coloca em um campo privilegiado para a discussão teórica desta questão que vem sido indagada desde o século VII a.C, como demonstra a narração de Heródoto citada pela autora deste texto. A autora destaca que estudos sistemáticos sobre a Aquisição da Linguagem foram realizados apenas recentemente. A partir do século XIX, alguns linguistas elaboraram diários da fala espontânea de seus filhos, o que a meu ver elabora um estudo interessante abordando crianças no processo de desenvolvimento. Nesta parte do texto a autora sugere uma tendência behaviorista, tendo em vista o trabalho de Lewis. Os trabalhos criados neste tempo adquiriram uma linha longitudinal, ou seja, foram elaborados seguindo o desenvolvimento da linguagem de uma criança ao longo do tempo. Estes estudos e suas anotações vieram em forma de diário, sendo substituídos posteriormente por gravações, supondo que registrando uma quantidade significativa da fala de crianças, haveria uma amostra representativa para o estudo de como a língua é adquirida pela criança e/ou como muda de acordo com o tempo. Visando a modernidade destes estudos Scarpa parte para a década de 1980, onde se formam banco de dados da fala de várias crianças do mundo. É adotada então uma visão de trabalho transversal, que entra em contraposição a uma visão naturalística do estudo (que tem como foco a analise de produção), baseando-se no registro de um numero relativamente grande de sujeitos tornando, geralmente, a pesquisa experimental com um foco diferente, sendo este a observação e análise de percepção, compreensão e processamento da linguagem pela