Resenha Aprender Antropologia
Laplantina aborda elementos do meio social usando a visão antropológica para explicar a alteridade e mostrar por diversas vezes as conseqüências causadas pelo estranhamento entre as culturas.
Sabe-se que esse choque com a alteridade não é novo, já vem de um enorme contexto histórico, no qual se pode citar, o período das grandes navegações e do imperialismo, que exerceu sobre muitas culturas uma abordagem de superioridade. Nesse contexto o autor cita, “O homem nunca parou de interrogar-se sobre si mesmo. Em todas as sociedades existiram homens que observavam homens”.
Na observação da multiplicidade das dimensões humanas a antropologia usa de diversos meios para chegar a um entendimento, usando fatores da biologia, história, linguística e psicologia. Dessa forma, pode-se estudar o homem inteiro, admitindo sua pluralidade no espaço.
Porém, existe uma rivalidade entre as ciências ditas naturais e humanas que causam uma polaridade entre os saberes a qual se pode lembrar o livro, A polêmica entre ciências e humanidades, quando o autor cita o seguinte trecho:
Um dilema que continua a inquietar o pensamento científico e a filosofia da ciência diz respeito ás diversidades metodológico, teóricas e epistemológicas entre as ciências naturais e as ciências sociais [...]essa problemática se traduz em divergências e oposições,ou convergências e acomodações,entre a “ciência”,isto é, as ciências naturais, e as “humanidades”,ou seja, as ciências sociais e as artes. (IANNI, 2003, p.02)
Seguindo esse contexto, pode-se citar também o filme, O Elo perdido, dirigido por Régis Wargnier, primeiramente percebe-se o sentimento de superioridade de uma cultura sobre a outra, através da taxação dos cientistas sobre os pigmeus como selvagens e bichos de laboratório.
Nota-se, também a formação dos signos causados pelo estranhamento da alteridade, quando é atribuída a inquietação do gado a presença dos pigmeus.