Resenha: apocalípticos - humberto eco
Claro também fica a relação possível entre esses dois autores: na teoria uma vontade quase que veemente de envolvimento das partes quando dos conteúdos apresentados, na prática um jogo de interesses quase que nebulosos, mas que exibem em suas facetas sombrias aquele “que” que somente o capitalismo pode explicar.
Umberto Eco, em seu livro Apocalípticos e Integrados de 1987, trata de um diálogo sobre a cultura proveniente da Mass media: para que parte ela é lucrativa? Ou, quais as consequências (benéficas ou prejudiciais) de uma cultura tão massificada?
Faz-se necessário a compreensão, antes de tudo, de que toda a sociedade atual está passando por um processo de transformação (em todas as épocas houve transformações, porém não em tal velocidade), em que a tecnologia freneticamente aperfeiçoada a cada dia, torna possível a comunicação e compartilhamento de informação através de miríades de meios. Encontram-se nesse sistema, cada vez mais global e digital, aqueles que sentem um desconforto com a banalização e exacerbação de conteúdos que na maioria das vezes não são úteis a quem quer que receba tais informações. Esses enxergam os dedos do capital em cada instante da produção cultural atual e menosprezam a massificação. A esses, Eco chama de Apocalípticos.
Em um caminho não totalmente contrário, mas num sentido de maior aceitação de um sistema realmente aristocrático de produção cada vez mais massificada de cultura, encontram-se os Integrados. Para esses, Eco delimita a faculdade do otimismo perante a massificação: pode-se conhecer qualquer parte do mundo através da World Wide Web, ou ouvir os sucessos da música (seja qual for ou de onde for), ou escolher entre quais e quais programas e informações que deseja