Resenha: Análise Leiga e Psicanálise Silvestre
O caminho percorrido por Freud no texto “Análise Leiga” para explicar seu método de trabalho foi a elaboração de um diálogo em que seu interlocutor era ele mesmo. Neste diálogo ele expõe dúvidas que poderiam ocorrer a um leitor leigo e as explica de acordo com sua teoria. As dúvidas esclarecidas referem-se ao tratamento analítico, abordando o método da associação livre, como se dá a interpretação, a transferência, as resistências.
Freud defendeu a análise leiga também para aqueles que não são médicos e que possam se transformar em analistas. Sendo que isso só é possível desde que se tenha à sua disposição uma formação específica/conhecimento sobre a arte interpretativa da análise e do funcionamento do aparelho mental, através da experiência, vivenciando de forma ética a literatura, a escuta, o método e o olhar psicanalíticos, assim tornando-se capazes de receber sem preconceitos o material analítico trazido pelo paciente e dando a devida consideração à importância de o analista esclarecer ao paciente que este deve lhe dizer tudo o que lhe vier à mente, mesmo que seja algo desagradável ou que pareça sem importância ou sentido.
Freud destaca que a interpretação não deve depender das características pessoais do analista e muito menos de seus julgamentos morais próprios, caprichos e preconceitos, mas, sim, ir sendo modelada através do conhecimento que se vai adquirindo e da agudeza de escuta do que está inconsciente e reprimido, a qual pode ser desenvolvida, por exemplo, através de uma análise profunda que o próprio analista deve fazer de si.
O autor cita a perda da unidade do ego dos neuróticos e a relação entre id, ego e superego, apontando situações em que o paciente deseja ser curado, em que sofre com sua doença. Todavia, relata também o desejo inconsciente