RESENHA "AMOR LÍQUIDO"
As relações se misturam e condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis. Em um mundo cada vez mais dinâmico, fluido e veloz, seja real ou virtual. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman é um dos intelectuais mais respeitados da atualidade. “Amor liquido” é talvez o livro mais popular de Bauman no Brasil. É neste livro que o autor expõe sua análise de maneira mais simples e próxima do cotidiano, analisando as relações amorosas e algumas particularidades da “modernidade liquida”. Vivemos tempos líquidos, nada é feito para durar, tampouco sólido. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos feito água.
Ele tenta mostrar nossa dificuldade de comunicação afetiva. Todos querem relacionar-se, mas chega na hora, não conseguem. Seja por medo ou insegurança. Bauman cita como exemplo um vaso de cristal, na primeira queda, quebra. As relações terminam tão rápido quanto começam, as pessoas pensam terminar com um problema cortando seus vínculos, mas o que fazem mesmo é criar problemas em cima de problemas.
É um mundo de incertezas. E cada um por si. Temos relacionamentos instáveis, pois as relações humanas estão cada vez mais flexíveis. Acostumados com o mundo virtual, e com a facilidade de se “desconectar” as pessoas não conseguem manter um relacionamento de longo prazo. É um amor criado pela sociedade atual (modernidade líquida) para tirar-lhes a responsabilidade de relacionamentos sérios e duradouros. Pessoas estão sendo tratadas como bens de consumo, caso haja defeito, descarta-se ou até mesmo troca-se por versões mais atualizadas.
O romantismo do amor parece estar fora de moda. O amor de verdade foi banalizado, diminuído a vários tipos de experiências vividas pelas pessoas, na qual se referem a estas utilizando a palavra amor. Noites descompromissadas de sexo são chamadas “fazer amor”. Não existem mais responsabilidades de estar amando, a palavra amor é usada mesmo quando