RESENHA AB’SABER, Aziz. Dossiê Nordeste Seco: Sertões e sertanejos: uma geografia humana sofrida.
AB’SABER, Aziz. Dossiê Nordeste Seco: Sertões e sertanejos: uma geografia humana sofrida.
Ab’Saber apresenta neste importante documento um panorama da região Nordeste com foco no semiárido. O autor agrupa as questões físicas, econômicas e humanas do semiárido para elaboração de pertinentes propostas que visam, sobretudo, soluções para os problemas da população.
O Nordeste semiárido estende-se em seu eixo sul-norte por um espaço que vai desde Poções e Milagres, no município de Amargosa (BA), até o extremo noroeste do Ceará, atingindo a costa em largos setores tanto desse estado quanto do Rio Grande do Norte.
Nesta região vivem cerca de 23 milhões de brasileiros, numa área total da ordem de 700 mil km². É uma das regiões semiáriadas mais povoada do mundo. A vegetação predominante é a caatinga, que possui espécies adaptadas as condições extremas de temperatura e baixa pluviosidade, classificadas como xerófitas. Nos períodos secos ficam com aspecto acinzentado e nos poucos períodos chuvosos apresentam um exuberante verde.
O Clima semiárido presente em todo sertão nordestinho, é caracterizado por duas estações bem definidas verão e inverno. Durante todo ano predominam-se altas temperaturas, a média anual permeia entre 27ºC e 29ºC e precipitações médias anuais variando de 400 a 600 e até 700 mm. Entretanto, nos períodos em que ocorre chuva, no verão, localmente chama-se esse período chuvoso de inverno, pois é quando as temperaturas ficam mais amenas.
Ao contrário do que se pensa o Nordeste seco não é o império das chapadas. Em 85% do seu espaço total, a região semi-árida brasileira se estende por depressões interplanáticas, situadas entre maciços antigos e chapadas eventuais, sob a forma de intermináveis colinas sertanejas, esculpidas em xistos e gnaisses, com baixo nível de decomposição química de rochas. Estas colinas são cortadas por rios intermitentes e sazonais, que dependem diretamente dos períodos chuvosos, ou seja, são os rios que secam