Resenha 2001
Odisseia era um filme que eu queria ver fazia tempo. Eu pesquisei sobre ele, sobre como Kubrick e Clarke escreveram o roteiro juntos, sobre as influências que o filme teve na cultura popular, sobre os prêmios que recebeu… assistir a ele tinha virado uma espécie de objetivo. Eu falava sobre o filme com quem estivesse ouvindo, e às vezes até com quem não estivesse com muita paciência para ouvir minhas verborragias sobre “a cena da morte de HAL”, mas havia um pequeno problema: eu nunca tinha visto o filme; até domingo.
Finalmente criei vergonha na cara, fui à locadora e peguei o filme. Fiquei namorando a capa, esperando pela hora certa de colocar o DVD e ver se a experiência de assistir àquela obra prima seria de fato tão satisfatória quanto eu estava esperando. Posso dizer que sim, o filme é muito bom mesmo. Tentei o máximo o possível não ficar procurando referências a Platão ou Nietzsche e simplesmente aproveitar o filme como se fosse alguma coisa que estava passando na Sessão da Tarde, deu certo. Sem a massagem intelectual o filme foi para mim o que eu acho que Kubrick queria que fosse: uma viagem pelas cores e formas incríveis, complementada pela sensação de miudeza dos seres humanos frente ao Universo (com maiúscula).
A alvorada do homem
A primeira parte do filme apresenta um grupo de símios vivendo há 4 milhões de anos, tentando sobreviver no meio hostil que era o ambiente africano. Após serem expulsos de uma fonte de água por outro grupo de primatas, eles acordam para descobrir um estranho monolito em frente do lugar aonde dormiam; após encostar no grande prisma preto, o grupo de macacos desenvolve a habilidade de utilizar ferramentas, e usam ossos como armas para reaver o controle do lago, e ter um suprimento de água para eles; e aí já aparece um dos motivos pelo qual o filme é apreciado como um dos melhores já feitos, um corte que pula 4 milhões de anos para o futuro, chegando ao presente,