Requiem para um sonho
Na metragem “Réquim para um sonho”, diversos pontos mostram-se convergentes com a experiência real apresentada pelo gerente do CAPS-AD, Carlos Alberto Pinto, como por exemplo, os diversos profissionais da área da saúde que atuam de maneira superficial, não dando a devida atenção aos pacientes e a suas queixas, além de se recusarem a um atendimento de dependentes químicos em determinados momentos, como exposto por Carlos quando narrou o fato de que funcionários do CAPS por vezes recusaram o atendimento a embriagados, aconselhando-os a retornar lúcidos. Outro aspecto da realidade que pode ser extraída do filme é quanto aos diversos tipos de vícios, muitos dos quais não se enquadram em dependências químicas, como o caso da personagem Sara Goldfarb, cujo vicio inicial era assistir televisão. Porém o aspecto principal de convergência entre a ficção e a realidade é a necessidade de cura que é imposta por muitos profissionais, tanto os que atendem os usuários da saúde mental, quanto os dependentes químicos. Eles apresentam a medicalização como principal método para conter os problemas, e cada vez são maiores as doses receitadas. É certo que alguns casos requerem o uso de medicamentos aliados a outras formas de tratamento, porém o que se vê são as doenças e vícios de um paciente, e dificilmente vê-se o paciente em suas reais necessidades, e em seus aspectos subjetivos. Já as divergências entre ficção e realidade, é a tentativa de se construir atendimentos mais humanizados que levem em consideração os aspectos psicossociais, e como ressaltado pelo gerente do CAPS, um fator divisor de águas é não buscar insistentemente a cura, e sim compreender pequenos avanços como grandes conquistas. Nas palavras dele, “se uma pessoa que usava crack diariamente consegue ficar sete dias sem usar, isso já é de grande importância”, pois, não se fala em cura dos viciados, e sim em sua recuperação, e essa recuperação não é somente orgânica, é também