República de Platão
A República, obra prima de Platão. Com maestria, através dos discursos de Sócrates, descreve-se na República as diversas concepções políticas então conhecidas, contrapondo-as com a ideia de um Estado perfeito. Rejeita inteiramente como inadequadas para sua cidade ideal a visão mítica de mundo, presente nos poetas, como também a influência dos sofistas para a educação política do homem grego. As distinções e categorias presentes nas concepções sobre o Estado fazem referência àquelas que existem em cada homem. Assim, oligárquico, democrático, tirânico e real é o Estado, mas também cada cidadão presente neste.
A República inicia com a ideia da superioridade da vida do homem justo sobre o injusto. Esta ideia desdobra-se em vários argumentos durante toda a obra. O tema da educação dos cidadãos, em especial dos guardiões da cidade, os filósofos, que tem início no livro dois, passa pelo livro três e também é retomado em vários outros momentos, o que leva a crer que Platão o tem em grande conta.
Nota-se que para Platão, a felicidade é fruto da vivência de determinadas virtudes, como são a sabedoria, a coragem e a temperança. Este discurso é planteado no quarto livro. Elemento também significativo é o da possibilidade de paridade entre o homem e a mulher, no que se refere às funções dentro do Estado, segundo alguns critérios de seleção. Este tema e o da regulamentação das uniões conjugais, procriação e educação da prole estão presentes no livro cinco. Se existe alguém preparado para o governo da cidade ideal, esse alguém é o filósofo. Sua superioridade em relação aos demais cidadãos, desenvolvida pela educação e pelas virtudes que adquiriu durante a vida, faz dele o mais apto para tão elevado cargo. O livro seis trata deste argumento.
A alegoria da caverna, texto de capital importância em toda a obra de Platão está apresentada no sétimo livro. Aplicada à vida e à vocação do filósofo, este mito