Repteis
o desafio da conservação dos recursos naturais na região
23.
Conservação e Manejo da Biodiversidade
Vânia Regina Pivello
Vânia Korman
parte v
298
CAPÍTULO 23
Conservação e Manejo da Biodiversidade
O
cerrado é um dos biomas brasileiros que mais têm sofrido pressão para a ocupação de suas terras especialmente com extensas monoculturas - em razão dos terrenos relativamente planos que ocupam e que facilitam a agricultura mecanizada. Graças ao desenvolvimento tecnológico, os solos quimicamente pobres dos cerrados passaram a ser corrigidos por meio de insumos agrícolas e os investimentos em mecanização acabam compensando sua baixa fertilidade. Ainda nos dias de hoje, o cerrado é visto como “celeiro do mundo” ou “área de expansão da fronteira agrícola”, recebendo estímulo oficial para sua substituição.
No estado de São Paulo, onde as pressões para o desmatamento e a ocupação das terras têm sido intensas há mais de um século, os raros fragmentos de cerrado que ainda restam são alvos constantes do desejo de agricultores, devido também à proximidade dos centros consumidores. Assim, muito pouco resta dos
14% da área do Estado que era originalmente recoberta por diferentes fisionomias de cerrado - encontrando-se principalmente na região centro-norte, nas proximidades de Campinas, Ribeirão Preto, Franca e Altinópolis
(Kronka et al., 1998; SMA, 1997), porém em alto grau de fragmentação, descaracterização de seus ambientes e empobrecimento da flora e fauna. Também poucas e pequenas são as unidades de conservação para proteger o cerrado paulista, que também se encontram mal distribuídas, isoladas, sob constante pressão humana e, portanto, ineficientes em sua função de proteção da biodiversidade. Por serem os únicos restantes, entretanto, esses fragmentos de cerrado desempenham papel vital na preservação da biodiversidade. Os cerrados marginais, como os do estado de São Paulo, têm características peculiares que os diferem