reprodução do campesinato
Babington Daniel Fernandes Leal
Nágela Fernanda dos Santos
1. Introdução
Malditas sejam todas as cercas!
Malditas todas as propriedades privadas que nos privam de viver e de amar!
Malditas sejam todas as leis, amanhadas por poucas mãos para ampararem cercas e bois e fazer a Terra escrava e escravos os humanos!
O presente trabalho tem como objetivo geral, demonstrar algumas teorias, formuladas dentro ou fora das academias que buscam responder a uma única questão: como se processa a reprodução do campesinato brasileiro frente ao capital? Antes de iniciarmos nossa análise, devemos buscar conceituar como uma produção pode ser chamada de “camponesa”. A produção camponesa define-se pela presença da força de trabalho familiar, coordenando-se as atividades de todos os membros da família em uma atividade coletiva. Define-se também, pela apropriação da terra, em regime de propriedade familiar ou de posse, bem como, pela apropriação dos instrumentos e meios de trabalho, que o diferencia do trabalhador assalariado, que é somente proprietário de sua força de trabalho. Outras características podem ser enumeradas, como o uso, na maioria das vezes, de técnicas rudimentares; geração de produtos de renda pequena como feijão, mandioca, arroz e etc; e pequena área total, tanto da unidade como da área explorada (ALVES, 1988). Ainda cabe ressaltar, que a questão da subsistência não pode ser reduzida ao autoconsumo da produção. A subsistência engloba o autoconsumo e a venda do excedente, que geralmente é trocado por outros produtos importantes para subsistência do contingente, além de movimentar o comércio em pequenas cidades, principalmente nas feiras-livres (HAGUETE, 1982). Porém, esta venda não é realizada calculando a taxa de custo da produção ou a taxa de lucro médio como convém para uma produção totalmente capitalizada ou agricultura comercial. 2. Camponês ou Agricultor Familiar?
De acordo com Fernandes (2004, p.29),