REPRESENTAÇÃO À ASSEMBLEIA GERAL CONSTITUINTE E LEGISLATIVA DO IMPÉRIO DO BRASIL SOBRE A ESCRAVATURA
O texto de José Bonifácio de Andrada e Silva - “Representação à Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil Sobre a Escravatura” – traz à tona questões discutidas pós-independência, formação de uma identidade de nação brasileira e na elaboração da constituição do Brasil.
José Bonifácio propõe medidas para homogeneizar o Brasil sob sua perspectiva. Para alcançar essa sociedade, sugeria o branqueamento da população através da imediata abolição da escravidão e progressiva emancipação dos cativos. Dessa forma, cessaria a vinda da população africana e, em longo prazo, diminuiria a quantidade dessa população no país.
Essa padronização há de ser não somente física, mas também cultural. Tendo grande admiração pelas nações europeias, principalmente pela Inglaterra, o deputado queria trazer os valores e ideais para a nova constituição brasileira. Então, ele considerava que uma nação realmente pudesse existir se seguisse esses padrões, mesmo aceitando negros como cidadãos que possuíam direitos civis e políticos. “(...)é tempo também que vamos acabando gradualmente (...) a escravidão entre nós, para que venhamos formar em poucas gerações uma nação homogênea, sem o que nunca seremos verdadeiramente livres, respeitáveis e felizes.”
Seu objetivo principal com o fim do tráfico e da escravidão era econômico e social, querendo uma população branca e homogênea; porém, o autor enxergava a dor e o sofrimento dos escravos e entendia que estes eram tão humanos quanto os homens brancos. “Gritam os traficantes de carne humana contra os piratas barbarescos, que cativam por ano mil, ou dois mil brancos, quando muito; e não gritam contra dezenas de milhares de homens desgraçados, que arrancamos de seus lares, eternizando em dura escravidão toda a sua geração.”
Para Bonifácio, além da emancipação e abolição dos escravos, a