reportagem mercado das aguas
| N° Edição: 1597 | 10.Mai.00 - 10:00 | Atualizado em 08.Abr.14 - 10:47
A força das águas
Maior fabricante de cerveja do país, a Ambev se prepara para entrar no negócio, que cresce 20% ao ano
Não é só a guerra das cervejas que acirra os ânimos dos fabricantes de bebidas. Correndo por fora, o mercado brasileiro de águas engarrafadas vem atraindo a atenção de gigantes. Por trás desse interesse está o sétimo maior consumo mundial do produto, com três bilhões de litros em 1999, segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O potencial, no entanto, é para muito mais. O País tem a mais elevada taxa de crescimento do setor. Enquanto o maior consumidor de água engarrafada – os Estados Unidos – ostentou um índice de 34% entre 1994 e 1998, o Brasil ampliou suas vendas em nada menos que 108% no mesmo período, saltando para um acumulado de 130% até o ano passado. Os fatores que levaram a isso são vários, desde a insatisfação do consumidor com a água dos sistemas públicos de abastecimento até a proliferação de distribuidores do produto, que popularizaram os garrafões de 20 litros entre os supermercados de periferia. Além disso, há a escassez de água, principalmente no Nordeste, que faz de Pernambuco o segundo maior consumidor de água mineral do País, perdendo apenas para São Paulo. No Recife, por exemplo, a água mineral é questão de sobrevivência e o consumo por pessoa supera o dos Estados Unidos, de acordo com o DNPM.
Esse conjunto de aspectos resultou em uma explosão de marcas de águas engarrafadas nas prateleiras dos supermercados. Nestlé, Brahma, Coca-Cola, Antarctica e Schincariol chegaram para disputar um mercado extremamente pulverizado. As vantagens que essas empresas têm frente aos concorrentes menores são claras: dominam os canais de venda e possuem uma infra-estrutura de distribuição capaz de espalhar suas marcas pelos quatro cantos do Brasil. Com tanto poder de fogo, ninguém duvida que esses gigantes dominarão sozinhos o