Reportagem: caso Amarildo
Testemunhas identificam quatro PMs que torturaram Amarildo, diz MP
Segundo promotora, outros PMs são suspeitos de participar ativamente. Mais 15 PMs foram denunciados pelo crime, totalizando 25 acusados.
Após depoimentos, foram identificados quatro policiais militares que participaram ativamente da sessão de tortura a que o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foi submetido ao lado do contêiner da UPP da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Segundo informou o Ministério Público nesta terça-feira (22), testemunhas contaram a polícia sobre a participação desses policiais no crime.
De acordo com a promotora Carmem Elisa Bastos, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o tenente Luiz Medeiros, o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Anderson Maia e Douglas Roberto Vital torturaram Amarildo depois que o ajudante de pedreiro foi levado para uma "averiguação" para a base da UPP. Amarildo está desaparecido desde 14 de julho. Ainda segundo eles, outros PMs são suspeitos de participar ativamente da ação.
Segundo o MP-RJ, mais 15 policiais militares, entre eles três mulheres, foram denunciados pelo órgão, totalizando 25 acusados pelo crime. As três policiais militares foram denunciadas por tortura – uma delas havia prestado depoimento na semana passada.
Dos novos denunciados, três terão a prisão preventiva decretada: sargento Reinaldo Gonçalves, sargento Lourival Moreira e soldado Wagner Soares. Gonçalves permanecia no cargo até a manhã desta terça-feira, antes da divulgação do aditamento da denúncia. Segundo a PM, será pedido o afastamento do cargo de todos que tiverem a prisão decretada.
Quatro PMs que estavam no contêiner durante a execução de Amarildo não foram denunciados, já que a promotoria entendeu que eles foram coagidos a aceitar a situação. "Eles foram debochados pelos outros policiais e, por se sentiram ameaçados, decidiram não interromper o crime", disse a promotora.
Formação de quadrilha
Ainda segundo ela, dentre os