Renha - Tres Maneiras de Escrever para Crianças
Texto: Três maneiras de escrever para crianças
Segundo Lewis, existem três maneiras de se escrever para crianças: duas boas e uma má. A maneira má consiste em conceber que escrever para crianças é um departamento especial, e basta descobrir o que este publico especial quer e lhes oferecer exatamente isto. Crianças não são todas iguais e não existe uma “fórmula mágica” para agradá-las; são seres diferentes e pensantes, e precisam ser vistas dentro de suas individualidades. O maior erro dos adultos é encarar as crianças como “tábuas rasas”, como folhas em branco, apenas esperando que o adulto – este detentor de todo o conhecimento – deposite nelas sua sabedoria. Crianças são, como os adultos, pessoas com uma carga de conhecimento e experiência, e isto é que definirá seus gostos e seus interesses, de forma individual.
A segunda maneira – talvez superficialmente parecida com a primeira – seria a forma como escrevem alguns grandes escritores, como Tolkien e Lewis Carroll, onde a historia é contada em viva voz e de forma espontânea a uma determinada criança, onde o objetivo é agradar a esta criança única, e o dialogo entre ambos acontece no desenrolar da história. Não existe a preocupação em agradar todas as crianças de forma geral, mas uma em específico, e a história vai se construindo de acordo com o interesse da criança-ouvinte. A história sai de forma espontânea e se cria através deste diálogo.
A terceira maneira seria escrever uma história porque é a melhor maneira de expressar o que você quer dizer e, “por sorte”, as crianças gostarem de ler o que o autor gosta de escrever. Lewis se considera este tipo de escritor. Não existe o esforço nem o objetivo de agradar a todas as crianças nem em agradar uma em específico. O esforço é em se expressar, e encontrar nas histórias a melhor forma de fazê-lo. A preocupação do autor é em criar uma história que diga o que ele quer e precisa dizer, sem se preocupar em quem vai ler e gostar daquela obra.
Para Lewis, uma