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A quantidade de movimento, que Descartes chamava de força do movimento, seria, por conseqüência, conservada na totalidade do Universo:
``Deus, em sua onipotência, criou a matéria ao mesmo tempo que o movimento e o repouso de suas partes, e graças à sua cotidiana influência, Ele mantém tanta quantidade de movimento no Universo hoje quanto Ele colocou quando o criou.''
Sua definição de quantidade de movimento, muito próxima da atual, seria equivalente a , ou seja, não inclui a direção do movimento.
``Segunda lei da natureza: que todo movimento é, por si mesmo, ao longo de linhas retas; e, conseqüentemente, corpos que se estão movendo em círculo sempre tendem a se mover para fora do centro do círculo que estão descrevendo.''
Esta é a versão cartesiana da lei da inércia, posteriormente retomada por Newton. As leis de movimento de Aristóteles são revistas, sem distinção entre corpos sublunares e celestiais.
Em outro trecho, a conservação da quantidade de movimento é aplicada aos fenômenos de colisão entre corpos de massa muito diferente:
``Terceira lei da natureza: que um corpo, entrando em contato com um outro mais pesado, não perde nada de seu movimento, mas entrando em contato com um mais leve, perde tanto quanto o transfere ao corpo mais leve.''
Como se pode notar, o 2 caso está fisicamente incorreto, devido à definição cartesiana de momentum. A inversão de velocidade do corpo menor é uma variação da quantidade de movimento, embora o produto permaneça constante.
No que diz respeito à estrutura da matéria e sua distribuição no universo, Descartes elabora sua própria versão do atomismo: existiriam três tipos de substância: ``terra'' (cinzas), ``ar sutil'' (fumaça) e ``fogo''. Líquidos e gases são ``terra'' com diferentes graus de rarefação. A partir de