Rememoração e comemoração / os lugares de memória
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Rememoração e Comemoração / Os Lugares de Memória * Os lugares de memória são todos os que tiveram algum envolvimento humano. Desde a família que produz seus álbuns de fotografias até o Estado e a nação que constroem seus museus e monumentos, os lugares de memória são inúmeros. Outros exemplos de lugares de memória são: a própria historiografia (que acarreta também outras funções além dessa) e as narrativas. * Segundo Le Goff (apud BARROS, 2009, p. 51) há também os “lugares por trás dos lugares” que são “os Estados, os meios sociais e políticos, as comunidades de experiências históricas ou de gerações, levadas a constituir os seus arquivos em função dos usos diferentes que fazem da memória”. * Helenice Rodrigues da Silva * Há também os lugares de memória “simbólicos” que são as comemorações e rememorações. De acordo com Helenice Rodrigues da Silva (2002, p. 428): “[...] Paul Ricoeur estabelece uma distinção entre “rememoração” (parte de um processo de elaboração individual) e comemoração (trabalho de construção de uma memória coletiva).” * As principais dificuldades dos historiadores da memória são os chamados recalques - que se caracterizam pela falta ou escassez de memória - e os excessos de memória de determinadas passagens. Outra grande dificuldade são os momentos trágicos que resultam no silêncio daqueles que viveram, não pelo esquecimento, mas pelos traumatismos. * A fragilidade da memória (individual e/ ou coletiva) nas histórias nacionais é passível de leituras distintas. Se em determinados países, como na França, o excesso de memória, revelado pelo fenômeno das numerosas comemorações de datas históricas e pelas múltiplas “rememorações” individuais, pode dar margem a abusos, em contrapartida, em países totalitários, a insuficiência da memória, em razão de sua própria manipulação política, propicia utilizações ideológicas do presente e do futuro desse mesmo passado. Em ambos os casos, os abusos da memória são perceptíveis. [...]