Religiões
Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 1, Volume ago., Série 29/08, 2010, p.01-06.
A religião e religiosidade expressam, mais que as crenças ou práticas, a cultura contemporânea, um emaranhado de significados simbólicos que permite entender o universo das idéias e mentalidades, os ritos do cotidiano, as relações sociais e as instituições políticas; enfim, permite entender a alma do povo brasileiro.
Neste sentido, a análise do período colonial alcança as raízes da formação deste sistema de crenças.
Uma realidade estudada com maestria através de ângulos, concepções teóricas e metodologias diversificadas, entre outros, por João José Reis, Anita Novinsky, Caio César Boschi e Ronaldo Vainfas.
A miscigenação cultural, durante a constituição colonial, criou no Brasil um conjunto de elementos religiosos polissômicos, comunicando vários sentidos que deixam transparecer o econômico, o social, o lúdico e o étnico.
Um sistema cultural que espelha o sincretismo e a extrema capacidade adaptativa do povo brasileiro, capaz de absorver características externas e transformá-las.
O papel da igreja católica.
Em certo sentido, o achamento do Brasil esteve inserido dentro do ideal de cruzada presente em Portugal.
Os lusos desbravaram os oceanos em busca de cristãos e especiarias, pretendendo encontrar riquezas que pudessem ser comercializadas e cristianizar o mundo.
Portanto, a origem do processo de ocupação territorial da Terra de Santa Cruz, serviu, de certa forma, as intenções da igreja católica.
Os portugueses que vieram para o Brasil estiveram inseridos no universo mental de seu tempo e espaço, partilharam o ideal de cruzada, adotando o catolicismo como insígnia do poder da coroa.
Diante desta concepção, todo o não católico foi considerado um inimigo em potencial, a não aceitação da fé em cristo foi considerada como contestação do poder do rei e afronta direta a todo português, uma