religião
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A RELIGIÃO NOS
LIMITES DA SIMPLES
RAZÃO
Immanuel Kant
(1793)
Tradutor:
Artur Morão www.lusosofia.net ✐
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F ICHA T ÉCNICA
TÍtulo: Religião nos limites da Simples Razão
Autor: Immanuel Kant
Tradutor: Artur Morão
Colecção: Textos Clássicos de Filosofia
Direcção da Colecção: José Rosa & Artur Morão
Design da Capa: António Rodrigues Tomé
Paginação: José Rosa
Universidade da Beira Interior
Covilhã, 2008
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Apresentação
Como era de esperar e sem surpresa, Kant figura em todos os bons dicionários históricos ou enciclopédias do pensamento teológico.
Por motivos vários: o primeiro, talvez não muito referido ou realçado (apesar de bem documentado na sua obra), relaciona-se com uma dimensão que o filósofo sempre divisou na filosofia: esta é também um “modo de vida”, uma atitude ou um exercício “sapiencial”. Afirmava ele ainda em 1800 - já quase no fim da vida
- no prefácio de um escrito alheio1 acerca do seu conceito de religião: “A filosofia, no sentido literal da palavra, como doutrina da sabedoria, tem um valor incondicional; ela é, de facto, a doutrina do fim derradeiro da razão humana, o qual só pode ser um, ao qual todos os outros fins se devem acomodar ou estar sujeitos, e o filósofo prático perfeito (um ideal) é aquele que em si mesmo realiza esta exigência. A questão é se a sabedoria será infundida ao homem a partir do alto (por inspiração) ou alcançada mediante a força interior da sua razão prática. Quem concebe a primeira como meio passivo de conhecimento imagina a quimera da possibilidade de uma experiência supra-sensível, que é uma contradição consigo próprio (representar o transcendente como imanente) e apoia-se numa certa doutrina secreta, chamada mística; esta é precisamente o contrário de toda a filosofia e, porque o é, erige (como o alquimista),