RELIGIÃO E SENTIDO DE VIDA
Professor João índio
3. RELIGIÃO E SENTIDO DA VIDA
Carolina Teles Lemos
A letra de uma conhecida música fala que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Compreender profundamente a verdade contida nessa afirmação se constitui em um desafio a todos os que querem dar um significado profundo à sua vida. Isto porque os seres humanos gastam grande parte de suas energias tentando por um lado afastar a dor e por outro lado, garantir a permanência das delícias de ser o que é. Nessa tarefa, muitas vezes a dor aparece como o sem sentido e a efemeridade das delícias deixam um gostinho de saudade e um desejo de quero mais. É aí que entra a religião: ela tem o potencial tanto de fornecer sentido à dor quanto às delícias. De que maneira a religião pode fazer isso?
3.1 A RELIGIÃO E O SENTIDO DA VIDA DO INDIVÍDUO
Entre as motivações que levam os indivíduos a buscarem uma religião está o desejo de garantir sua vida no aqui e agora. Se observarmos em quais necessidades se concentram os pedidos dos crentes quando recorrem à divindade, veremos que a grande maioria deles se referem à busca de saúde, emprego, moradia, boas relações sociais na família e fora dela, garantia que nenhum acidente fatal ocorra consigo ou com algum membro da família. Ou seja, com suas necessidades de sobrevivência cotidiana. Todos querem viver muitos anos (se possível não morrer nunca) e viver muito bem, gozando de boa fartura e segurança. A religião alimenta no ser humano a esperança de conseguir concretizar a satisfação dessas necessidades. A dificuldade de evidenciar essa garantia como uma realidade tem ocupado grande parte da produção teológica de quase todas as religiões da humanidade.
As soluções apresentadas para esse problema estão em íntima conexão com a formação da própria idéia de Deus e com a das idéias