Religião mesopotâmica
Segundo Winckler, religião na Antiga Mesopotâmia provavelmente surgiu da contemplação das estrelas e dos planetas e suas movimentações no firmamento, portanto contendo um forte elemento de mitologia astral, baseada em teoria desenvolvida por estudiosos sumérios, postulando que os poderes divinos estavam representados nos planetas e nas estrelas, e que tais poderes superiores deveriam ser seguidos pela hierarquia de poderes na terra. Os fenômenos astronômicos eram os únicos considerados constantes e bem definidos, portanto, eternos por sua natureza. Os deuses e deusas são antropomórficos, e os corpos celestes, frequentemente associados a divindades específicas, são uma revelação parcial do poder Divino em sua manifestação material, poder Divino que age de acordo com normas e eventos constantes. Dos céus, que são a manifestação mais clara dos deuses e deusas, esta ordem divina podia ser seguida e observada em graduações constantes, que também se manifestavam no plano da existência humana, especificamente as realidades políticas e sociais. O estudo e observação dos astros fazia com que também se obtivesse uma melhor visão das forças atuando sobre as mais diversas esferas da existência. Em suma, a expressão literária Das Grandes Alturas às Grandes Profundezas pode bem ser a versão mesopotâmica da máxima hermética posterior "Assim na Terra como no Céu".
O Cosmo como o Estado
Os antigos mesopotâmicos cresceram num ambiente árido e difícil. Encontramos na religião mesopotâmica de forma marcante a constância dos ritmos cósmicos, como a mudança das estações, o movimento das estrelas nos céus, etc. junto com um elemento de força e violência. Os rios Tigres e Eufrates podem ser subir de forma imprevisível e violenta, prejudicando diques e afogando as plantações. A região estava frequentemente sujeita a tempestades de ventos, que ameaçavam sufocar os seres vivos. Havia também chuvas torrenciais que tornavam a terra firme num mar de lama, portanto roubando a