Religião africanista
O fenômeno religioso sempre esteve presente na história do Brasil. Aqui, são encontradas quatro manifestações básicas deste fenômeno: O catolicismo, trazido pelos portugueses; o culto africano, trazido pelos negros escravos; o protestantismo, transculturado por missionários da América do Norte e da Europa, e a religião dos nativos. Destas quatro manifestações, interessa a este ensaio tratar sobre o culto africano. Os navios negreiros chegaram ao Brasil entre os séculos XVI e XIX, trazendo africanos para trabalhar como escravos no Brasil Colônia. Os africanos trazidos pertenciam a civilizações diferentes e provinham das mais variadas regiões da África. Os africanos trouxeram consigo as suas culturas originais e, com elas, um conjunto de crenças e rituais religiosos. Atualmente as religiões africanas afirmam sua sobrevivência de maneira considerável do norte até o sul do país. Tais religiões sobrevivem graças ao sincretismo entre elas próprias, entre elas o catolicismo (religião dominante), e o espiritismo. Esta mistura de crenças e rituais é tão evidente que já não dizemos no Brasil religiões "africanas" e sim religiões "afro-brasileiras". Com o périplo africano realizado pelos navegadores portugueses, chegaram às costas africanas as "missões", as crenças e rituais cristãos, especialmente católicos, que deram origem ao sincretismo com os cultos negros. Este fenômeno foi muito acentuado no Brasil, devido à promiscuidade das senzalas, onde negros de diversas culturas conviviam lado a lado, favorecendo o sincretismo entre as próprias religiões africanas trazidas para cá. Depois, por ser o catolicismo a religião oficial durante o período colonial e imperial (1500 a 1889), as manifestações exteriores das demais religiões, inclusive as práticas mais primitivas dos negros, foram comprimidas pela Igreja. Este fato veio a possibilitar aos negros a manutenção dos cultos e rituais que, por um mecanismo de defesa, avivaram cada vez