Religiosidade no trabalho das enfermeiras da área oncológica:
significado na ótica do discurso do sujeito coletivo
O arsenal médico, além de contribuir para melhorar sensivelmente a saúde da população em
geral, também provocou profundas transformações no panorama das decisões éticas que norteiam a conduta dos profissionais de saúde. Isto é particularmente significativo nas decisões sobre terapêuticas e cuidados a serem prestados aos pacientes com doença avançada,
especialmente aos portadores de câncer.
Espera-se que o s profissionais que vivenciam o cuidado dessas pessoas,
sensibilize-se e forme concepções próprias, colocando- se por vezes no lugar das pessoas que estão recebendo os cuidados.
Associar ofício e emoção é um ponto crucial, uma vez que, pelas circunstâncias
do trabalho - com ênfase na área hospitalar - tem mais oportunidade de conviver com pessoas doentes e, portanto, de experienciar com elas suas dores e seus
sofrimentos e, conseqüentemente, estabelecer um maior envolvimento com a fragilidade humana.
A importância da crença espiritual e religiosa para ajudar o paciente a encontrar
significado e manter o sentido da esperança sugere uma importante função da enfermeira e outros profissionais da saúde em avaliar o bem-estar espiritual e em providenciar as necessidades espirituais durante os cuidados oncológicos.
O uso de estratégias espirituais de enfrentamento pode aumentar o autofortalecimento, levando o paciente à busca do significado e do propósito na enfermidade.
Estudo com enfermeiras suecas sobre necessidades espirituais mostrou uma concordância de
98% para a inclusão de cuidados espirituais nos cuidados holísticos.
Este estudo buscou identificar dois aspectos. O primeiro diz respeito ao significado da fé religiosa na rotina das enfermeiras. O discurso evidencia que a fé religiosa em seu trabalho é uma fonte de energia, é uma força que impulsiona no dia-a-dia. O discurso das enfermeiras realça que a