O Lobisomem Parece incrvel, mas verdade s vsperas do Sculo XXI, o Rio Grande do Sul inteiro acredita firmemente em Lobisomem, do mais remoto rinco campeiro s cidades mais cosmopolitas, do nvio recesso das matas s mais bulhentas praias do Atlntico Sul. O mito Lobisomem basicamente a crena em que determinados homens - sempre homens - em determinadas circunstncias podem se transformar em um monstro meio-lobo e meio-homem. O mito no Rio Grande do Sul sustenta que o stimo filho homem de uma famlia ser fatalmente o Lobisomem - a menos que seja batizado pelo irmo mais velho. H, tambm, forma folclrica de se transmitir o fado quando um velho Lobisomem sente que vai morrer, ele fica sofrendo muito at passar o encargo a algum mais moo. E no consegue morrer antes disso. Se tem algum guri ou moo por perto, ele pergunta, simplesmente Tu queres. O ingnuo normalmente acredita que se trata de algum presente, ou mesmo de herana e ento responde Sim. A, o velho morre feliz, porque transmitiu o fado, conforme se expressa linguagem popular. O homem que tem o fado do Lobisomem sempre de raa branca, pelo - duro (ou seja, no h Lobisomem negro, alemo ou gringo), magro, de olhos no fundo, dentes salientes e cara de cor amarelada, muito plido. Quase sempre mora sozinho. Mais raramente, vive com a me, uma velha muito estranha. Mais raramente ainda casado e a mulher ignora o fato. Mora sempre em um rancho o mais isolado possvel, obrigatoriamente com um galinheiro nos fundos. Se o prprio rancho no tem galinheiro, tem que haver um, por perto. O fado do Lobisomem uma cruz que ele carrega. No fazendo mal a ningum, ele mais uma vtima do que um carrasco. Se for atacado, reage. E morde cachorros e at pessoas. Mas, se puder evitar isso, ele evita. Simplesmente o Lobisomem tem que cumprir o seu fado, que comer nas sextas-feiras de lua cheia, da meia-noite at o clarear do dia, descrevendo um grande rodeio. meia-noite ele se rebolca nos sujos das galinhas, rolando no cho e se transforma. A, corre