RELIGIAO
Para isso, devemos ter cuidado ao procurarmos definir uma religião como a primeira e também devemos ter cuidado ao definir um sistema de idéias como religioso, a saber, é imprescindível e aceitável que podemos apontar um número de sinais exteriores, que permita estar reconhecendo os fenômenos religiosos onde quer que se encontrem, e impedindo que os confundamos com outros, na verdade é que os seres humanos foram obrigados a criar a noção do que é religião e religioso, mesmo que não acreditemos em alguma religião, nós precisamos “representar de alguma maneira as coisas no meio das quais vivemos, sobre as quais a todo o momento emitimos juízos e que precisamos levar em conta em nossa conduta.” (p. 4). Com isso, o autor propõe uma comparação de todos os sistemas religiosos que conhecemos, mas para isso devemos deixar de lado nossas concepções usuais que pode não deixar ver as coisas como devemos vê-las.
Durkheim refuta a idéia de que tudo que é religioso deve vir do sobrenatural, e por isso, vem de um mundo do mistério, incognoscível, enigmático, incompreensível. Se tomássemos como base essa idéia mostraríamos que a religião é “uma espécie de especulação sobre tudo o que escapa à ciência e, de maneira geral, ao pensamento claro” (p. 5). Essa idéia da religião como algo misterioso e inexplicável faz com que sinta-nos obrigados a tentar dar uma explicação.
Por isso, ao longo do texto Durkheim tentará, com a ajuda das ciências positivas e da sociologia refutar essa idéia. De início ele demonstra que esse conceito é recente, para o determinismo universal a idéia do sobrenatural está assim exposta, se existem certos fatos