RELIGIAO
Marcio Sistherenn1
Resumo: Este artigo visa apresentar a compreensão de liberdade no pensamento de Santo Agostinho, versando sobre a perspicaz investigação sistemática do conceito de liberdade, elucidando os meios mais propícios de encontrá-la, pois todo ser humano almeja ser livre. Ter-se-á o propósito de discutir o que é a liberdade, baseado na obra O Livre-Arbítrio de Santo Agostinho, que é dividido em três livros, que são intitulados: se o pecado provém do livre-arbítrio; A prova da existência de Deus revela-o como fonte de todo o bem. Deus não é o autor do mal, mas do livre-arbítrio que é um bem; e louvor a Deus pela ordem universal, da qual o livre-arbítrio é um elemento positivo, ainda que sujeito ao pecado. Para Agostinho, a verdadeira liberdade é aceitar a graça de Deus. O poder de escolha (livre-arbítrio) ainda não é liberdade. A liberdade se dá somente quando a vontade se volta para o bem. O livre-arbítrio nos dá a possibilidade de seguir ou não a vontade de Deus, porém, só será livre realmente aquele que, com a ajuda divina, optar por fazer a vontade de Deus.
Palavras - chave: Liberdade; Livre-Arbítrio; Bem; Pecado; Vontade; Graça; Deus.
1. O DESÍGNIO DA OBRA O LIVRE-ARBÍTRIO
O Livre-Arbítrio é uma obra prima da literatura e do pensamento europeu escrita por Santo Agostinho2, após a sua conversão ao Cristianismo e ter adotado esse mesmo como doutrina. Destarte, em 387, ao regressar de Milão para a África com a finalidade de viver segundo o Evangelho numa comunidade de pobreza e refletir sobre as verdades reveladas, estando em Óstia, morre-lhe a mãe3. É nessa cidade que Evódio, o interlocutor do livro O Livre-Arbítrio, é mencionado pela primeira vez nos escritos de Santo Agostinho.
Evódio, conterrâneo de Agostinho, viera para Milão em serviço oficial e ali reconhecera a verdade do Cristianismo, fazendo-se batizar. “Tendo se relacionado com Agostinho, nunca mais o