Releitura crocodilo - amilcar bettega barbosa

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Não são poucas as vezes que temos um crocodilo no nosso caminho. Após identificá-lo, temosdiversas opções: ignorá-lo, enfrentá-lo, ficar amigo dele, fingir que ele é só um coelhinho ou até mesmo matá-lo e vendê-lo no mercado negro. O fato é que todos os crocodilos que aparecem nos nossos colchões tem seu propósito. E eu já descobri o do meu.

Após ler e reler a descrição feita por Amilcar Bettega Barbosa, o animal acabou se tornando claramente uma pessoa. Por mais que eu quisesse ver um acontecimento, um objeto, uma ação, não conseguia. Meu crocodilo é essa pessoa.

Ela apareceu na minha vida há alguns anos. E, assim como o crocodilo, veio bem devagar, querendo me conquistar antes mesmo de nos vermos .

Uma amiga me falava dessa pessoa sempre, me mostrava fotos, contava histórias, dizia que íamos nos dar muito bem, que tínhamos muito em comum.

Nos conhecemos. Não foi tudo aquilo que esperava, porém estava num período experimental.
Ela não era o tipo de pessoa que eu deixava participar da minha vida, mas a permiti entrar no meu dia a dia.

De início, a observava a distância, então não me afetava muito. Após um certo convívio, notei que ela me forçava a liberar coisas que eu sempre mantive dentro de mim, e isso começou a me irritar, a ponto que comecei a detestá-la.

Aprendi a lidar com o esse sentimento que essa pessoa fazia brotar em mim, e decidi me distânciar. Nem dirigia mais a palavra a ela. Até voltar ao ponto que a observava a distância novamente. Foi aí que o crocodilo resolveu subir no colchão.

Eu o toquei em sua pele grossa e fria, e ele sorriu pra mim. Tomou meu tempo, minha disposição, meus pensamentos, e sorriu pra mim. Sorriu porque sua pele grossa e fria era a minha pele grossa e fria. O maldito bicho amava a ironia. Ele tinha atingido seu objetivo e estava muito orgulhoso.

Descobri enfim que a pessoa realmente sentiu a minha falta. O réptil tinha sentimentos. Era apenas seu instinto animal falando. Então decidi

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