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Introdução
Ao afirmar que “em qualquer sociedade, o corpo está preso no interior de poderes muito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações” (FOUCAULT, 2004, p. 126), Foucault já explicita que micropoderes perpassam todo o corpo social, acarretando em transformações e modificações de condutas nos indivíduos. O corpo social, ao longo dos séculos, se consolida como algo fabricado, influenciado por uma coação calculada, esquadrinhado em cada função corpórea, com fins de automatização.
O homem é o principal alvo e objeto do poder, que tem como meta, a tarefa de incorporar nos corpos características de docilidade. É dócil “um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado” (Ibid, p. 126). Suas formas de modelagens são dadas através do adestramento, sendo utilizado como uma poderosa ferramenta de controle, que age de forma disciplinadora, considerado como uma das “fórmulas gerais de dominação” (Ibid, p. 126).
Assim “a disciplina, segundo a genealogia foucaultiana, diz respeito tanto a uma modalidade de poder que se caracteriza por medir, corrigir, hierarquizar, quanto torna possível um saber sobre o indivíduo” (PINHO, 1998, p. 189). Sob o olhar da disciplina existem técnicas que norteiam todos os processos de modelagem.
As técnicas de controle disciplinar
Fórmulas pelas quais o poder se exemplifica:
Escala. Tem como premissa o trabalho no detalhe, agindo sobre o corpo de modo infinitesimal, exercendo “sobre ele uma coerção sem folga” (FOUCAULT, 2004, p. 126).
Objeto. Onde “se faz mais sobre as forças do que sobre os sinais” (Ibid, p. 126).
Modalidade. Controle do tempo, espaço e movimento: “coerção ininterrupta, constante, que vela sobre os processos da atividade mais que sobre seu resultado” (Ibid, p. 126).
A modelagem dos corpos atribui caracteres de docilidade, tornando o corpo útil e produtivo ao aumentar sua submissão e obediência. Seria,