Costa, Frederico Lustosa da. ; Relações Estado-Sociedade no Brasil: Representações para Uso de Reformadores. A realidade brasileira de atraso, subdesenvolvimento, dependência, modernização periférica podem ser explicadas por sua formação histórica e social, é como que patológico. Suas características patrimonialista, personalista, autoritária, precariedade da democracia e mania de fazer do público privado fazem do Brasil, o que ele é hoje. Mas essa realidade é mutável, o Brasil tem sofrido profundas transformações desde o séc. XX, sendo essas econômicas, sociais, políticas e mesmo culturais, passando de uma economia primário-exportadora e rural a um grande parque industrial com populações densamente urbanizadas. O pais modernizou-se. Tais atributos são considerados como parte da cultura, e dados da realidade, ora como condicionantes ora como resíduos do passado colonial e das estruturas oligárquicas que estão desaparecendo. A modernização é vista como uma perda das suas raízes, é consequência de mudanças sociais de maior envergadura. Há, contudo três características de maior contribuição para o Brasil, desenhadas a partir da perspectiva histórica, profundamente enraizada no terreno dos bolsões de pobreza, das áreas rurais, essas características marcantes que influenciam toda a esfera econômica, politica e social são o patrimonialismo, o coronelismo e a personificação. O patrimonialismo está na raiz das disfunções do Estado brasileiro, desde o Brasil Colonial. Segundo Weber o patrimonialismo está muito relacionado com a dominação tradicional, ou seja, sistema de autoridade cujo fundamento maior é a tradição, podendo esta ser de dois tipos, patriarcal (ou sultanista) e estamental. Na patriarcal, os servidores mantêm uma relação de dependência pessoal com o senhor, não tendo direitos sobre os cargos, nem honra estamental, ou são propriedades suas. Já na estrutura estamental caracteriza-se pela relativa independência dos servidores. Este modo de