RELAÇÕES DE PODER - foucault
No Iluminismo temos a visão do ser humano como objeto; sendo afetado pela ação da natureza, e como sujeito; sendo modificador do meio que vive. Para Foucault não existe essa convivência, o ser humano é afetado por processos históricos e por interações sociais. Porém observou que a noção de homem como objeto, sendo condicionado foi realmente usada e essencial para a formação da sociedade como vemos hoje.
A palavra poder, que vem do latim vulgar potere, substituído ao latim clássico posse, que vem a ser a contração de potis esse, "ser capaz"; "autoridade". Dessa forma, na prática, a etimologia da palavra poder torna sempre uma palavra ou ação que exprime força, persuasão, controle, regulação etc.
No que se refere ao poder, direito e verdade, sob a análise de Foucault, existe um triângulo em que cada item mencionado (poder, direito e verdade) se encontra nos seus vértices. Nesse triângulo, o filósofo vem demonstrar o poder como direito, pelas formas que a sociedade se coloca e se movimenta, ou seja, se há o rei, há também os súditos, se há leis que operam, há também os que a determinam e os que devem obediência. O poder como verdade vem se instituir, ora pelos discursos a que lhe é obrigada a produzir, ora pelos movimentos dos quais se tornam vitimados pela própria organização que a acomete e, por vezes, sem a devida consciência e reflexão.
Diante dos papéis possíveis que a sociedade pode apresentar, Foucault (1999) nos apresenta duas tecnologias de poder, divididas em duas séries:
▼ série corpo - organismo/disciplina/instituições, que são os mecanismos disciplinares;
▼ série população - processos biológicos (que são os mecanismos regulamentares)/Estado.
Para Foucault, a escola é uma das "instituições de sequestro", observou adestramento corpo e da mente, vigilância, padronização assim como o hospital, o quartel e a prisão. Espaços que moldam o pensamento e conduta do homem e usam a disciplina como ferramenta de controle.