Relações de gênero na Universidade
Adriano Mendes de Souza¹; Cibele Lima de Sousa²; Luana Helena Oliveira Monteiro²; Ruth Helena Cristo Almeida³.
A discussão sobre relações de gênero dentro das instituições de engenharia (e/ou agrárias) nunca foram uma necessidade premente. A Universidade Federal Rural da Amazônia, instituição no Pará que possui 62 anos, iniciou oferecendo o curso de Agronomia seguido do curso de Engenharia Florestal e foi marcado desde o início pela grande diferença no número de estudantes homens em relação ao de mulheres, acompanhando assim, o perfil dos cursos de engenharias no Brasil. O objetivo deste trabalho foi analisar, na perspectiva de gênero, os dados secundários de três turmas concluintes dos anos de 1975, 1991 e 2011 do curso de engenharia Florestal da UFRA disponibilizados pela Pró-Reitoria de Ensino. Os dados demonstram que na turma de 1975, as mulheres representavam 22,7% dos concluintes, sendo esta a primeira turma formada; já em 1991, as mulheres representavam 28,6% dos concluintes, o que já em 2011 o número de estudantes matriculados em todos os semestres somaram 184 do sexo masculino e 188 do sexo feminino (51%), sendo as mulheres a maioria, representando 54,9% da turma concluinte deste mesmo ano no Campus sede em Belém. Nos Campi do interior a percentagem se mantem. Em Parauapebas dos 44 estudantes matriculados no curso, 24 (55%) são do sexo feminino; em Paragominas, de 50 matriculados, 28 (56%) são do sexo feminino. No curso de engenharia florestal em geral na UFRA em 2011, dos 466 estudantes matriculados, 51,5% são do sexo feminino, mostrando que esse espaço já não é ocupado somente pelos homens, mas que se deu de forma gradual e muitas vezes preconceituosa, onde tem-se um imaginário de que engenharia ou ciências agrárias são profissões tipicamente masculinas. Essa ocupação tardia das mulheres ao ensino superior, principalmente