Relação entre o Mito da Caverna e filme Matrix
Algo parecido nos é apresentado por Platão no mito da caverna, os prisioneiros desconhecem o objeto e acreditam que as sombras sejam os próprios objetos. Desconhecem, portanto, a natureza das sombras. Por que não dizer então que a matrix é uma caverna cibernética?
A crença e a opinião conduzem aos conhecimentos sensíveis, enquanto o raciocínio e a intuição intelectual conduzem aos conhecimentos inteligíveis. A vida na matriz é dotada de cheiros, gostos, cores; traços próprios da percepção e, portanto, do conhecimento sensível. O que na matrix são os objetos e as construções humanas são na verdade projeções. Há uma fala de Cypher quando ao se encontrar com o agente Smith dentro da matrix, ele se delicia com um banquete e diz saber que está comendo uma mera aparência. Que os seus sentidos lhe enganam mandando impulsos para o cérebro, mas admira os sentidos despertados por aquele alimento.
Adotamos exclusivamente o conhecimento sensível quando aceitamos a realidade da forma como nos foi dada, quando vemos somente a sombra e não nos interessamos em desvelar a totalidade dos objetos. Somos massa de manobra do sistema através do consumo compulsivo, quando permitimos viver aos olhos do senso comum, quando não ousamos enxergar. O filme retrata esse parágrafo quando Neo é libertado da matrix e sente incômodo nos olhos e Morpheus apenas lhe responde que é porque ele nunca havia enxergado.
Os habitantes da matrix, assim como os prisioneiros da caverna, ofereceriam resistência há realidade. Se fossem todos libertos, por certo não conseguiriam