Relação entre memória e sociedade.
Quando refletimos a cerca da relação que há entre memória, sua formação, e sociedade, como esta é também constituída por aquela, percorremos por um vasto campo de disciplina e conceitos em torno da pergunta “o que é memoria”, passamos pelo campo da História, da Filosofia, da Psicologia, paleontologia, ciências sociais e até biológicas, onde jamais constituirá um território unívoco, mas sim, polissêmico. A memória comporta diversos sentidos e conceitos conforme o pensador e ou área que dele se ocupe. Logo percebe-se que as linhas que delimitam os tipos de memórias que conhecemos são tênues. Mas é bem verdade que existem três tipos de memória ao qual podemos nos referir, e sobre a visão do autor Michel Pollak, a relação entre memória e sociedade, perpassa pela formação e caracterização da identidade cultural, ao sentimento de pertencimento à um grupo social, suas tradições e costumes. A memória é um fenômeno construído de forma consciente – quando por exemplo se constroem memoriais para relembrar fatos e ou acontecimentos –, inconsciente – ao ver o exemplo de sociedades sem escrita onde a formação dessa é um terce de tradições passadas de geração para geração, perpetuando a memória através de costumes, bem como a oralidade –, como resultado da organização da memória individual, resultado das internalização das vivências e experiências próprias, a qual cada pessoa vive, conta ou se lembra de maneira diferente, ou mesmo não guarda como outros a guardaram, mas que também contém partes constituídas a partir do grupo social, onde o indivíduo foi socializado. Assim falamos de memória coletiva, que é aquela que guarda de forma oficial os fatos e aspectos importantes vividos pelo grupo social, onde muitas vezes o indivíduo que a lembra nem sempre passou pelo fato, mas pela importância social, dela se lembra quase que como “uma herança memorial”, como diz o autor. Uma versão impressa e consolidada de um passado coletivo de uma dada