Relação entre Doença Periodontal e Doença Renal Cronica

1. Introdução

A Prevalência da doença renal crônica (DRC) no Brasil, como no restante do mundo ( ou como se observa em outros paises) vem aumentando de forma alarmante.
As alterações no perfil de morbimortalidade da população mundial, ocorrido nas ultimas décadas, evidencia um aumento das doenças crônicas degenerativas e projetam a doença renal crônica no cenário mundial como um dos maiores desafios á saúde pública deste século. O crescimento da população idosa e da prevalência da obesidade levou a um aumento de algumas doenças crônicas como diabetes miellitus e hipertensão arterial, principais causas da falência renal. Segundo o censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, em 2008 cerca de 87.044 brasileiros faziam terapia renal substitutiva (TRS), por diálise. Em 2007 ocorreram 13.338 óbitos, sendo a principal causa doenças cardiovasculares (37%), infecções (26%), doenças cerebrovascular (10%). (J Bras Nefrol, 2008) De acordo com o censo da SBN, em 2010 cerca de 92.091, seria o número estimado de pacientes em diálise no país. (Sesso et al, 2010) Essa situação mundial da DRC assume grande importância no que se refere a doença periodontal, por se tratar de uma doença de caráter infeccioso multifatorial, associada como fator de risco para algumas doenças sistêmicas. A doença periodontal é caracterizada por um processo inflamatório ao redor dos dentes em resposta a um acumulo de placa ou biofilme dental. Este acumulo é capaz de incitar uma resposta inflamatória passível de destruir estrutura de inserção do elemento dentário. (LOESCHE & GROSSMAN, 2001; PAGE & KORNMAN 1997). A complexidade da patogênese da Doença Periodontal aponta ainda a existência de fatores que aumentariam o risco para o desenvolvimento, progressão e recidiva da Doença Periodontal (PAPAPANOU, 1996). A literatura apresenta alguns fatores de risco bem estabelecidos para a Doença Periodontal, como o tabagismo e o diabetes mellitus (BERGSTROM & PREBER, 1994; LOCKER,