Relação entre capital e o trabalho - perguntas diversas
O Capital propicia o trabalho, o Trabalho, por seu lado, é a base da sustentabilidade do Capital. Desta interação nasce a produção que tem como alvo consumidor, o Trabalho. Como sem consumo a produção perde a sua razão de existir, e o consumidor é o Trabalho, conclui-se que o Trabalho tem de comprar a produção para que o Capital lhe dê trabalho, constatação esta que leva ainda concluir que o Trabalho produz para ele mesmo, ficando o valor acrescentado à produção para o Capital, como mais valia do seu investimento. Valendo-se da sua influência e chantagem econômica, o Capital é quem dita as regras da interação. Sujeito a elas, o Trabalho vê-se confrontado com a cupidez do Capital, que para aumentar os seus lucros utiliza simultaneamente dois princípios. O pagamento do salário mais baixo possível ao Trabalho e a imposição do preço ao consumidor que mais lucro lhe ofereça, que tem como resultado óbvio o empobrecimento do Trabalho diretamente proporcional ao enriquecimento do Capital. A ambicionada autonomia do Trabalho em relação ao Capital só é possível socializando, substituindo este por organizações participadas pelo Trabalho, do que resultaria a supressão do lucro do Capital, mantendo-se contudo, a causa/efeito, comprar para trabalhar. Este modelo ambicionado nos fins do século XIX, e posto em prática nos princípios do século XX, não demonstrou a eficácia desejada, tendo degenerado para numa economia de subsistência, ou na substituição do Capital por uma ditadura econômica de resultados catastróficos. Só a socialização de todas as economias poderia conseguir êxito com este sistema econômico, caso contrário o Capital remanescente conseguirá desmoroná-lo pela competitividade, o que efetivamente aconteceu. O Capital, apesar do fracasso socializador, temeu o fenômeno, e acedeu a algumas reivindicações do Trabalho,