Relação do filme O Escafandro e a Borboleta com os ensinamentos de Saussure
O filme conta a historia de um homem comum, cheio de sonhos e planos, alguém que gostava de viagens, livros e romances, esse era o Jean Dominique Bauby, antes do acidente que o deixou completamente paralisado. Ao sofrer um derrame cerebral, Bauby é levado ao Hospital cenário de toda a sua aflição, lá após acordar de um terrível coma, descobre que já não possui todos os movimentos físicos corporais e que havia adquirido uma síndrome denominada Locked-in. Dessa forma, enclausurado dentro do seu próprio corpo, onde nada funcionava somente sua mente e imaginação, surgiu então à necessidade de reaprender a falar, comer, andar, engolir, pois estava completamente imóvel, paralisado somente era possível piscar e apenas de um olho: o esquerdo. E foi assim que o filme se desenrolou.
Uma vez que, parte de seu cérebro, fora preservado, no sentido de que não houve alteração em seus comandos psíquicos, há ali uma possibilidade de se comunicar. É como Saussure mesmo diz: a língua é uma coisa de tal modo distinta que um homem privado do uso da fala conserva a língua, contanto que compreenda os signos vocais que ouve’’. (SAUSSURE, 1916, p.22). Bauby estava de certa forma encarcerado, ele não podia falar, porém, esse fato não o impediu de se comunicar, pois, sem fala é possível que haja língua e isso foi perceptível no filme, pois a mesma compartilhada por todos permite uma melhor compreensão, dos signos linguísticos, facilitando o entender daquilo que é dito. É visível que o personagem do filme após o acidente não fala, apenas gesticula. E são os seus conhecimentos de mundo e tudo que ele viveu que o ajuda nessa nova fase.
Logo, o mundo não se faz somente de gestos, mas também de um sistema linguístico, que possui suas partes adquiridas por meio de uma convenção, método estabelecido segundo um determinado grupo linguístico, é natural de o homem estabelecer diferentes formas de se interagir,